quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

O Príncipe Azul

Sábado em Ipanema. Show na praia. Noite de janeiro. Calor de verão. Estou dançando na areia e perto de mim um grupo de argentinos. Entre uma música e outra, resolvo dar um mergulho. Quando estou entrando na água, um dos meninos da turma ao lado vem falar comigo. Ele achou que eu também era do país vizinho. Ele era. Perguntou se era a primeira vez que eu entrava no mar à noite. Fora as ondinhas que eu pulava em virada de ano, sim. Respondi afirmativamente. Mergulhei e fiquei uns minutos dentro da água.
Voltando à areia, o show continua. Já chego dançando. Meu novo colega está ali ao lado. Ele vem conversar, apesar da música alta dificultar bastante a comunicação. Isso dá a ele o pretexto para chegar bem perto do meu ouvido. Como estamos na praia, meu traje de festa era um biquíni. O rapaz me pergunta sobre as flores tatuadas em meu corpo e digo a ele que se trata de uma cerejeira. Ele diz que são lindas e me pergunta se eu gosto  de cerejas. Mostro a ele a cereja tatuada atrás da orelha. Com esta deixa, transparece em seu olhar uma leve malícia, e vem a pergunta afiada: "alguém já comeu esta cereja ou você está esperando pelo príncipe 'azul'?" 
O "hermano" me deixou sem resposta. Ele também ficou sem graça com sua pergunta. Mas pelo visto as jovens argentinas ainda esperam pelo príncipe encantado. Ou buscam? Ou será que apenas sonham com ele? E existirá tal ser lendário? Um ser perfeito que se encaixe nos sonhos das meninas? Existirá no mundo um príncipe "azul" para cada princesa sonhadora?

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