terça-feira, 9 de julho de 2013

Não adianta chorar pelas oportunidades perdidas...

Deve ter sido 2005. Fomos assistir um show em outra cidade. Minha boba ingenuidade me fez acreditar que era melhor não ficar com você naquele dia, que outras oportunidades surgiriam e se eu "me fizesse de difícil" você gostaria mais de mim.
Quantas vezes ouvi que meninas não podem seguir suas vontades, devem controlar rigorosamente seus desejos e sempre, sempre, invariavelmente, devem "mostrar seu valor" não sendo "fáceis". Acho que ouvi tanto isso que estas palavras entranharam em meu ser.

Resultado: frustração emocional crônica.

Não faço o que eu quero, não quero o que eu faço, e desaprendi como ouvir meus instintos, minha voz interior.
Certamente isso não se passa só comigo. Essa desatenção aos próprios sentimentos é sintoma generalizado da humanidade. Como consequência, uma geração de solitários convictos que vivem uma vida virtual, através de seus frágeis laços nas redes sociais. Uma vida fria, sem graça, sem vida.
Realizam-se através de números: quantas pessoas curtiram sua nova foto, quantos comentários em seu último post, quantos amigos em seu perfil, quantas pessoas estão te seguindo!!
Não tem mais cafezinho com as amigas no domingo à tarde, os encontros são só virtuais: "amiga, que saudade, vamos marcar..." - mas nunca marca, nunca aparece, nunca é real.
Vivemos num mundo de excessos, onde o calor humano é escasso. A vida social é ilusória, mas a própria vida é uma ilusão!
A cabeça pira, o corpo para. Dá-lhe antidepressivo. Milhões em terapia. "Ei, prestem atenção em mim!! Ou vou me matar!!"
E de quem é essa atenção que tanto necessitamos? Quem não está nos dando atenção?
Quando foi a última vez que você fez algo por você mesmo? Algo que realmente lhe fizesse bem?
Quanto atenção você dá para os outros e quanta dá a si? Quanto tempo perde buscando satisfazer as necessidades dos outros e deixando de lado suas próprias necessidades? Quão mais prioritárias são para você as necessidades alheias??
Algo está errado no mundo. Ou eu estou muito errada.

4 comentários:

Thiago Augusto Maciel disse...

Que bom falar dessas coisas. E parece que nossa vida é tão banal, né? Em Cuba eu conheci a vida sem internet, ou com poucos acessos. Realmente foi melhor. :)

Beijos!

nirah disse...

E vai dizer que as relações humanas não são mais calorosas quando elas deixam de ser virtuais?? ;)

Thais canton disse...

Amei nira!!! Lindo!

Thiago Augusto Maciel disse...

Certamente, Nira! =)